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sábado, 15 de novembro de 2008

Performances salvam festa do Grammy Latino!

“Vamos dar início às comemorações do centenário de Carmen Miranda”, avisou Marcelo Tas, no fim da cerimônia de entrega do Grammy Latino 2008. Eram 00h30, quando Sandy e Paula Toller entraram no palco para apresentar E o Mundo Não Se Acabou. Depois, Daniela Mercury e os Mutantes interpretaram O Que É Que a Baiana Tem?, clássico de Dorival Caymmi. Prevendo um 2009 de justas homenagens à Pequena Notável, chegava ao fim um evento razoável.
Pela primeira vez, na última quinta-feira, São Paulo foi palco de parte da festa do Grammy Latino. No Auditório Ibirapuera, foram anunciados apenas os vencedores das categorias dedicadas aos artistas brasileiros. Os outros 40 Gramofones de Ouro foram entregues em Houston, nos EUA, de onde saiu vitorioso o colombiano Juanes. Porém, em um espetáculo que trouxe um dueto de Marcelo D2 e Nelson Sargento, os destaques ficaram mesmo por conta das perfomances ao vivo. Sepultura interpretando Girl From Ipanema e We’ve Lost You animou quem esperava ouvir algo original.
Zé Ramalho e Robertinho do Recife formaram outra dupla interessante. No palco, apresentaram Tá Tudo Mudando, uma ótima versão em português de Hurricane, pérola de Bob Dylan. Tão latina quanto exigia a ocasião, Marina de La Riva acompanhou com graça a guitarra frenética de Pepeu Gomes em Tin Tin Deo e O Xote das Meninas. Pitty e Edgar Scandurra mandaram ver em Não Pare na Pista, de Raul Seixas. Porém, quem conquistou os pacatos convidados - que não lotaram o Auditório Ibirapuera - foram Chitãozinho & Xororó e o gaúcho Renato Borghetti, com a adesiva Brincar de Ser Feliz.

Gafes e estranhezas

Longe de refletir a realidade, a Academia Latina de Artes e Ciências da Gravação elegeu Som da Chuva, da gospel Soraya Moraes, a Melhor Canção Brasileira de 2008. César Menotti & Fabiano venceram na categoria Melhor Disco de Música Romântica pelo CD .Com Você. Menos estranho, foi ver Vanessa da Mata e Elba Ramalho serem premiadas pelos excelentes álbuns Sim e Qual o Assunto Que Mais Lhe Interessa?, respectivamente. Grandes Clássicos Sertanejos - Acústico I, de Chitãozinho & Xororó, e Cidade Cinza, do grupo CPM 22, não frustraram expectativas ao serem anunciados.
Várias gafes denotaram a falta de cuidado dos organizadores do Grammy Latino em São Paulo. Na categoria Melhor Disco de Samba, D2 e Sargento anunciaram Beth Carvalho como vencedora. No entanto, oficialmente, quem levou o Gramofone de Ouro foi o Acústico MTV Paulinho da Viola. De uma forma ou de outra, pelo menos, houve justiça. Convidadas para entregar um dos prêmios, com o envelope errado em mãos, As Galvão acabaram antecipando a vitória de Seu Jorge pelo Melhor Disco de MPB de 2008. Quando, na verdade, elas tinham de ter anunciado Chitãozinho & Xororó.
Na entrada do Auditório Ibirapuera, houve confusão na hora de retirar os ingressos. Por volta das 22 horas, quando começou a festa, cerca de cem convidados foram informados de que não poderiam assistir ao espetáculo. De acordo com os organizadores do evento, alguns nomes não estavam na lista. Um transtorno compensado apenas - para aqueles que conseguiram entrar - pela apresentação dos Meninos do Morumbi, que abriram a noite com Andreas Kisser e uma coreografia da Companhia Deborah Colker.

‘Houston, we’ve got a problem’

Historicamente, os artistas brasileiros têm pouco peso nas categorias internacionais do Grammy Latino. Roberta Sá e Diogo Nogueira haviam sido indicados à cobiçada Revelação do Ano, mas não vingaram e o Gramofone de Ouro acabou com a porto-riquenha Kany García. Cantora inexpressiva fora do mercado gospel, Soraya Moraes arrebatou ainda outros dois troféus - Melhor Disco de Música Cristã, em Língua Portuguesa e Espanhola. Maria Bethânia recebeu uma discreta menção pelo álbum Dentro do Mar Tem Rio, que deu uma vitória aos engenheiros Moogie Canazio e Luiz Tornaghi.
Elogiado pela Academia, Juanes roubou qualquer cena. Entre os cinco troféus que levou para casa, estavam os de Melhor Gravação, Disco e Canção de 2008. Líderes de indicações, os mexicanos do Café Tacvuba deixaram Houston com apenas dois Gramofones de Ouro. Nos EUA, a cerimônia de entrega também contou com performances interessantes. Passaram pelo palco, Julieta Venegas e Gloria Estefan, ícone da comunidade hispânica desde os anos 80. No Brasil, foram justamente as apresentações ao vivo que salvaram o Grammy Latino de uma fuga completa da realidade. Que venha 2009 e as homenagens a Carmen Miranda. “Yes, nós temos…”

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